sábado, 10 de maio de 2014

Falando sobre o parto - parte 1

Há tempos eu gostaria de escrever sobre isso, mas todas as vezes que tentava, começava a chorar. Acho que amadureci com o tempo e agora posso escrever sem chorar.

Muito tempo antes de engravidar, meu desejo era ter meus filhos de parto normal, ainda que eu não soubesse os benefícios que ele trazia e também por morrer de medo de cirurgia.
Eu já havia manifestado com meu super médico Dr. José Roberto sobre a minha vontade de ter parto normal. Ele disse que por ele tudo bem, que tentaríamos o parto normal. Em uma das consultas (se eu não me engano, a penúltima), ele tentou fazer o descolamento da bolsa, para tentar forçar a dilatação. Na hora, como ele mesmo disse, a vontade era de bater nele, porque dóóói... Depois, ele nos passou todas as instruções (o William estava comigo) sobre o que fazer caso eu entrasse em trabalho de parto. 
Bom, fui para casa, aguardei para começar a sentir as contrações ou ver o tal tampão mucoso sair e nada! A semana passou e nada de novo!!!
Na semana seguinte passei pela última consulta do pré-natal. Fui examinada e o Dr. Tego (como o chamamos carinhosamente, por causa do seu Título de Especialista em Ginecologia e Obstetrícia) me disse que eu não tinha nenhum sinal de dilatação e que só Deus poderia reverter a situação. Ele me tranquilizou, dizendo que tudo poderia mudar naquela semana. Mesmo assim, saí do consultório com a cesárea marcada para a semana seguinte. Eu estava triste, pois não teria meu tão sonhado parto normal... Liguei para meu marido do meio do caminho e fui ao encontro dele. Lá, conversamos sobre o assunto e decidimos esperar a semana passar para ver o que aconteceria.
Como eu já estava de licença maternidade desde o dia 10/07, aproveitei para assistir tv e terminar algumas coisinhas que eu estava preparando para o cantinho do Lorenzo, já que ele (ainda) não tinha um quartinho para ele. Aproveitei também para chorar bastante, pois eu não queria me submeter a uma cesárea, pois sabia os riscos que ela causa. Bem, eu chorava depois que o William saía, quando eu tomava banho, quando assistia vídeos de parto... Mas eu aproveitava para orar também, pedindo a Deus para me acalmar e que ele fizesse o que fosse melhor para nós.
No domingo, um dia antes do parto, tive um pequeno sangramento e fomos para o hospital. Lá, fui examinada e a plantonista, uma médica maravilhosa pediu para fazer a cardiotocografia. Fiquei lá deitada, com o barrigão de fora, escutando os batimentos do Lorenzo. Aí a enfermeira que estava na salinha achou estranho os batimentos estarem fracos e chamou a médica. A dra. entrou na salinha e viu que os batimentos eram fracos e fez um 'terremoto' na minha barriga, dando umas sacudidas nela. Aí os batimentos aumentavam, mas logo enfraqueciam novamente. Comecei a ficar com medo, pois ela a todo momento me perguntava quem era o meu médico.
Ela voltou para o consultório para atender outras gestantes e eu fiquei na salinha, repetindo o exame. Aí a enfermeira me perguntou se eu havia comido; respondi que sim, às 09:00 hs da manhã, ao que ela respondeu que poderia ser isso, tendo em vista que já eram 11:00 hs e eu já estava com fome de novo. Ela falou que se não desse certo, eu teria que sair para comer e voltar, pois ia continuar dando alteração.
Passado um tempinho e alguns 'terremotos' depois, o Lorenzo começou a se mexer, folgado! Deveria estar dormindo!!! Fui liberada e voltamos para casa.
O dia passou e nada de contrações. Aproveitei para limpar o que faltava e terminei de decorar o cantinho dele e arrumar a cômoda, enquanto minha mãe colocava as cortinas na sala. Por volta das 22:00 hs, tive um sangramento e o William ligou para o Dr. Tego, que o orientou a me colocar de repouso e, qualquer coisa que ocorresse, deveríamos voltar para o hospital.
Tomei um banho e fui deitar, morrendo de medo de perder meu filho ou de que algo ruim acontecesse. Não consegui dormir direito durante a noite, muitas coisas passavam pela cabeça e em menos de 24 horas, eu veria o rostinho do meu amado filho!
Continua...

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